Erika Suzuki
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Case de sucesso - Vestidos de princesas em contos de fada.
A recepcionista informara a Clara que seu contato não poderia atendê-la.Já havia agradecido, tentando disfarçar a decepção. Interrompeu sua meia-volta em direção à saída. O sangue voltou ao rosto, os olhos novamente atentos, pediu pelo comprador. Sem demora, a recepcionista digitava o ramal, enquanto Clara apressava-se em justificar que não havia marcado a reunião com ele, mas gostaria de não perder a viagem.Batucando o balcão, Clara procurava se distrair com os arranjos de flores e plantas da entrada. Grandes orquídeas em vasos de alumínio, palmeiras em todos os cantos da grande sala acarpetada. Sim, podia subir. Quase num pulo, Clara passou pelas catracas eletrônicas, e pisou no carpete que combinava com os sofás.Foi recebida no andar por outra recepcionista. Silenciosa, fez-lhe uma reverência. Cabelos presos num coque alto, brincos pequenos e um tailleur-uniforme, a moça a encaminhou a uma sala de reuniões. Peito estufado com um novo ânimo, Clara deixou-se conduzir.Sozinha na grande sala, Clara arrumou todo o seu material, lamentando não ter levado nenhuma amostra, apenas o catálogo novo com as fotos de seus produtos.Após alguns minutos, ouviu uma batida na porta. Pensou estar na sala errada, já ia guardando seu cartão de visitas de volta no bolso, preparando suas desculpas por estar invadindo a área.Daniel entrou, mais velho que imaginara. Ao telefone, sua voz sempre animada a enganara. Mas não foi a idade que chamou sua atenção. Levava na mão direita uma bengala retrátil, e usava óculos escuros no interior da empresa. Era cego.Clara segurou a respiração. Levantou-se apressada, esticando a mão. Daniel passou a bengala para a mão esquerda e tateou o ar buscando a mão de Clara com a direita. Clara olhou nos olhos de Daniel. Seu olhar a atravessava, fixando-se em algum ponto da parede atrás de si. Por uma fração de segundos, manteve-se estática, procurando atinar seu próximo passo. Daniel sentou-se, habituado à posição das cadeiras na sala, Clara imitou-o.Normalmente Clara era desenvolta nas reuniões, era objetiva e direta. Mas agora, gaguejava, procurava o fio da meada perdido na surpresa do cliente cego.Uma frase....como vou mostrar o catálogo a ele? – outra frase desconexa....ainda bem que não trouxe amostras – voltava ao orçamento que havia mandado....será que ele é cego totalmente? – vocês estão precisando de quê? – será que ele está vendo o meu desconcerto? – e as canetas que receberam? – pergunto pra ele como apresentar o catálogo? – COMO APRESENTO O CATÁLOGO???Daniel mantinha-se tranqüilo, ainda fitando a parede branca e lisa atrás de Clara. Respondia a todas as suas perguntas, a voz tranqüila e as mãos sempre sobre a mesa.O momento de apresentar o catálogo havia chegado, os assuntos periféricos terminado. Afinal, era esta a finalidade da visita. As mãos tremendo, Clara colocou o catálogo na mesa. Daniel não se moveu, a parede era um ímã para seus olhos enevoados. Decidiu pela pergunta direta. Optando pelo termo politicamente correto, Clara sentiu-se hipócrita. – Sua deficiência visual é completa? – perguntou.Sim, não enxergo nada – foi a resposta, pura e clara. Renovada pelo sucesso, Clara decidiu rapidamente. Contaria cada página para Daniel, deixando o catálogo aberto diante dele. Levaria a situação com naturalidade, e se lembraria das histórias de beira-de-cama que sua mãe lhe contava quando pequena. Lamentou não ter muitas amostras consigo, as poderia entregar para que Daniel tateasse seu peso, suas formas.A cada página do catálogo, Clara sentia-se mais à vontade. Daniel deleitou-se com cada detalhe que ela lhe dava à imaginação. Clara descreveu cada caneta como se fosse um vestido da princesa dos contos de fada infantis.Ao final do catálogo, Clara lembrou-se de ter uma das canetas do catálogo consigo. Entregou-lha a Daniel, que alegremente esticou suas mãos. Seus dedos eram calejados e as pontas ressecadas – sua vida toda passara por eles. Clara fechou os olhos. Imaginou a caneta enquanto a descrevia para o ouvinte atento, o tateador hábil. Daniel adorou a caneta. Clara havia-se esquecido das agruras do dia. Não fechara nenhum pedido. Mas lembrou-se da luz do luar no vestido de Cinderela.
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Bill Porter - A história de um vendedor de sucesso
Bill Porter - A história de um vendedor de sucesso
Bill Porter é um jovem especial. Ele nasceu com paralisia cerebral, o que lhe provocou dificuldades para aprender e para se comunicar, além de um corpo atrofiado, que lhe confere um caminhar claudicante e dores constantes. Americano de Portland, Oregon, durante a infância e a adolescência foi tratado por todos como retardado e incapaz, sendo cuidado pela mãe e atendido pelos programas do governo para portadores de deficiências.
Mas Bill era especial não no sentido físico ou intelectual – nisso ele era apenas diferente, e sim em sua inabalável determinação. Já adulto, decidiu que não podia se permitir continuar vivendo à custa da previdência e sob os cuidados de sua mãe. E foi justamente esta que lhe deu o apoio necessário, pois o ajudou a ver que ele pensava e caminhava mais lento que as outras pessoas, mas, apesar disso, pensava e caminhava. Bastava, portanto, que encontrasse um trabalho que fosse adequado ao seu ritmo, à sua velocidade.E Bill decidiu ser vendedor porta-a-porta.
Sua determinação foi fundamental desde o começo, pois teve as propostas de emprego negadas sistematicamente, até invadir o escritório do chefe de vendas da Watkins, uma empresa de produtos de limpeza, e desafiá-lo a lhe dar, para trabalhar, a pior parte do pior bairro da cidade de Portland, aquela que os demais vendedores haviam recusado. Talvez para se livrar do insistente candidato, o responsável deu-lhe a vaga. E nunca se arrependeu disso. Há quatro décadas Bill trabalha na mesma empresa, colecionando clientes, admiradores, prêmios de venda e até medalhas de honra. Tudo graças a seu imenso estoque de determinação, que substituiu com vantagens a inteligência tradicional e o vigor físico. Bill Porter é um homem que dá sentido ao ditado “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”.
Mas Bill era especial não no sentido físico ou intelectual – nisso ele era apenas diferente, e sim em sua inabalável determinação. Já adulto, decidiu que não podia se permitir continuar vivendo à custa da previdência e sob os cuidados de sua mãe. E foi justamente esta que lhe deu o apoio necessário, pois o ajudou a ver que ele pensava e caminhava mais lento que as outras pessoas, mas, apesar disso, pensava e caminhava. Bastava, portanto, que encontrasse um trabalho que fosse adequado ao seu ritmo, à sua velocidade.E Bill decidiu ser vendedor porta-a-porta.
Sua determinação foi fundamental desde o começo, pois teve as propostas de emprego negadas sistematicamente, até invadir o escritório do chefe de vendas da Watkins, uma empresa de produtos de limpeza, e desafiá-lo a lhe dar, para trabalhar, a pior parte do pior bairro da cidade de Portland, aquela que os demais vendedores haviam recusado. Talvez para se livrar do insistente candidato, o responsável deu-lhe a vaga. E nunca se arrependeu disso. Há quatro décadas Bill trabalha na mesma empresa, colecionando clientes, admiradores, prêmios de venda e até medalhas de honra. Tudo graças a seu imenso estoque de determinação, que substituiu com vantagens a inteligência tradicional e o vigor físico. Bill Porter é um homem que dá sentido ao ditado “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”.
Um bocado de paciência
A história de Bill pode ser vista em www.watkinsonline.com/billporter, ou no filme Door to Door, produzido para a televisão em 2002, brilhantemente interpretado pelo ator William H.Macy e ganhador de quatro estatuetas do Emmy Awards 2003 (no Brasil, recebeu o título De Porta em Porta e pode ser encontrado nas locadoras).
Em uma das cenas mais comoventes do filme, o vendedor novato senta-se em um banco da rua para comer seu almoço, após ter realizado a primeira série de visitas oferecendo detergentes – todas infrutíferas e frustrantes. Ao desembrulhar o sanduíche que sua mãe lhe preparara, lê uma palavra escrita com molho de tomate sobre o pão. Ao virá-lo, encontra mais uma. A primeira era paciência, a segunda persistência.
Bill relata o impacto que as palavras pintadas no pão tiveram sobre seu estado de espírito, pois sem essas duas qualidades ele teria desistido muito cedo de sua saga de vendedor. O belo dessa história é que Bill não é único – ele é apenas um símbolo. A paciência e a persistência estão presentes em todas as histórias em que alguém conquista algo, troca uma situação por outra melhor, atinge um objetivo, realiza um sonho.
Preparar-se tecnicamente e estar no lugar certo na hora certa são atributos fundamentais, mas, considerando as dificuldades crescentes em todas as áreas da chamada vida moderna, elas são necessárias, mas não suficientes. Há qualidades humanas que a escola e outras facilidades não podem substituir. Entre elas está aquela que se convencionou chamar de determinação, que pode ser fracionada em paciência e persistência.
Porém, a determinação não pode estar divorciada do objetivo.O filósofo alemão Nietzsche disse que “quem tem por que viver agüenta qualquer como”. A sabedoria contida nessa curta frase é imensa. A paciência com a situação atual e a persistência sustentada por uma idéia têm compromisso com o futuro, que se deseja melhor. Continuar persistindo sem sucumbir às dificuldades e buscar forças em reservatórios que pareciam vazios dependem do compromisso com o objetivo, e este está sempre deslocado no tempo. Não está no aqui e no agora. Está no amanhã, em algum lugar. E é nessa combinação que reside a diferença entre os que persistem e se aquietam diante do insucesso momentâneo e os que se impacientam e se desesperam.
Paciência e persistência são atributos raros, especialmente quando combinados. A boa notícia é que eles podem ser aprendidos, e há bons mestres nessa matéria. O primeiro mestre é a experiência própria. O segundo é a história, presente nos livros, nos companheiros mais velhos, nos pais, nos conselheiros. A história de quem já viveu, já experimentou e por isso pode contar ofilme sabor da vida, que de amarga pode se tornar doce quando a perseverança vence a indolência e a desesperança.
Em uma das cenas mais comoventes do filme, o vendedor novato senta-se em um banco da rua para comer seu almoço, após ter realizado a primeira série de visitas oferecendo detergentes – todas infrutíferas e frustrantes. Ao desembrulhar o sanduíche que sua mãe lhe preparara, lê uma palavra escrita com molho de tomate sobre o pão. Ao virá-lo, encontra mais uma. A primeira era paciência, a segunda persistência.
Bill relata o impacto que as palavras pintadas no pão tiveram sobre seu estado de espírito, pois sem essas duas qualidades ele teria desistido muito cedo de sua saga de vendedor. O belo dessa história é que Bill não é único – ele é apenas um símbolo. A paciência e a persistência estão presentes em todas as histórias em que alguém conquista algo, troca uma situação por outra melhor, atinge um objetivo, realiza um sonho.
Preparar-se tecnicamente e estar no lugar certo na hora certa são atributos fundamentais, mas, considerando as dificuldades crescentes em todas as áreas da chamada vida moderna, elas são necessárias, mas não suficientes. Há qualidades humanas que a escola e outras facilidades não podem substituir. Entre elas está aquela que se convencionou chamar de determinação, que pode ser fracionada em paciência e persistência.
Porém, a determinação não pode estar divorciada do objetivo.O filósofo alemão Nietzsche disse que “quem tem por que viver agüenta qualquer como”. A sabedoria contida nessa curta frase é imensa. A paciência com a situação atual e a persistência sustentada por uma idéia têm compromisso com o futuro, que se deseja melhor. Continuar persistindo sem sucumbir às dificuldades e buscar forças em reservatórios que pareciam vazios dependem do compromisso com o objetivo, e este está sempre deslocado no tempo. Não está no aqui e no agora. Está no amanhã, em algum lugar. E é nessa combinação que reside a diferença entre os que persistem e se aquietam diante do insucesso momentâneo e os que se impacientam e se desesperam.
Paciência e persistência são atributos raros, especialmente quando combinados. A boa notícia é que eles podem ser aprendidos, e há bons mestres nessa matéria. O primeiro mestre é a experiência própria. O segundo é a história, presente nos livros, nos companheiros mais velhos, nos pais, nos conselheiros. A história de quem já viveu, já experimentou e por isso pode contar ofilme sabor da vida, que de amarga pode se tornar doce quando a perseverança vence a indolência e a desesperança.
Jane Oliveira
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quinta-feira, 16 de outubro de 2008
1º Encontro Nacional de Vendas - Creative Design
Depois do maravilhoso encontro que tivemos no último final de semana de setembro/08, surgiu a idéia do BLOG CREATIVE DESING.
Esse espaço esta aberto para Fóruns, Cases, Reportagens, Idéias e outros.
Esse espaço esta aberto para Fóruns, Cases, Reportagens, Idéias e outros.
Paulo Machado
Fotos do Evento
Sr Álvaro, Ezequiel e Renato
Angela, Fabiana, Cesar, Jane e Graziela
Neander, Glacy e Leide
Sheila e Sr Álvaro
Fotos do Evento
Ezequiel, Viviane, Angela e Fabiana
Claudia, Enrico e Renato
Gisela, Paulo, Renato
Josiane, Veronica, Richard, Adriana, Úrsula, Leide, Meg e Glacy
Mauro, Marcos, Katya, Carol, Lídia, Henrique, Fábio e Dário
Fotos do Evento
Patricia, Alessio, Mary, Monica, Erika, Mauro, Marcos
Mara, Patricia, Iraci, Silvia, Celestino,Carlos, Ney, Sergio, Osmar, Betinho, Eduardo, Rogerio, Alceu e Rodolfo
A turma toda
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